Imaginação fértil

07-03-2020

Passando por muitas fases da minha vida, eu nunca consigo parar de pensar em como deve ser bom tocar e ser tocada. Achava que só te queria num momento, mas depois de poucas conversas, de alguns olhares e certamente de apenas quatro abraços, quero muito mais que uma noite, uma noite que não sei se poderia acontecer ou se te poderia dar, se calhar para além dessa noite queira a manhã toda de um sábado, depois de beijos duradouros. 

Não nos beijamos, mas já penso nos teus lábios, no toque que me seria garantido se te dissesse adeus sem avisar. É tão fácil querer o desconhecido, não ter defeitos por onde apontar e estragar qualquer conhecimento da nossa existência. O teu cheiro é tóxico quero sempre mais, os teus abraços são tão reconfortantes, qualquer desculpa é perfeita se me levarem ao teu encontro. 

Apesar de existir apenas na minha imaginação, deixa-me curiosa. Na realidade as coisas funcionam de maneira totalmente diferente, apesar de procurar por qualquer motivo que me faça alimentar qualquer esperança disto se tornar verdade e tantas, tantas seriam as complicações se te amasse, eu seria tua e tu não serias meu, eu sei disso e é por isso que te espero no meu pensamento. 

Eu digo-te do que precisas, precisas de alguém que saiba ser uma mulher e eu ainda sou uma menina, precisas de alguém que te abra os olhos ao que tu andas a perder, ao homem que poderias ser se a tivesses. Eu não te posso dar nada, não seria justo, não haveria equidade, apenas exploração.

E tens uma maneira de ser, que encadeias qualquer mulher. É fascinante como atrais com a tua personalidade e como desmembras qualquer complicação, seduzes com os teus olhos à medida que contas piadas, tens a capacidade de te adaptar a qualquer situação e falas alto com toda a gente, mas falas baixinho ao meu ouvido, as nossas conversas são só nossas e é esse sentimento de exclusividade que se junta aos demais motivos que me fazem criar todo este desenho em mil cores, impresso na minha mente de cada vez que te vejo.

Sinto que já te conheço há muito tempo, mas sei tão pouco sobre ti, que agarro qualquer frase que seja dita a teu respeito, para que possa formar uma base de dados sem que me digas uma única palavra. Aprendo tanto sobre ti, através das pessoas que te rodeiam e a maneira como falas com elas absorve-me por completo.

Respeito-te e admiro o facto de seres mais velho, seres independente e seres tudo aquilo que não sou. Posso não olhar nos teus olhos, mas garanto-te que te estou a ouvir com atenção, a apreciar qualquer gesto e a decorar os teus movimentos. Analiso o quanto tu provocas e te atiras quase que subtilmente para qualquer uma e pergunto se o fazes comigo ou se apenas o imagino, porque era isso que queria que acontecesse.

Tenho muito claro aquilo que te faria se alguma coisa acontecesse e seria totalmente diferente daquilo que eu quereria fazer, dizia-te que não e mentia-te a descarada, precisamente por ser culpada. Seria responsável se te tocasse e não quereria arcar com as consequências. 

E tu, em que posição permaneces, sou apenas uma criança na tua lista infinita, ou deixas algum espaço para a noite de que te falei? Sei que não sou uma resposta a longo prazo, mas para além disso, que mais sou eu para ti? Absolutamente nada? 

Isto tudo é fruto da minha imaginação fértil ou de sinais que apanhei por te observar incessantemente? 

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