É errado?

02-10-2018

O que queres?

Entrelaçar os dedos e fingir que o amanhã não virá.

É anormal pensar em ti de cada vez que respiro?

Eu sei disso.

É errado imaginar-nos a partilhar segredos só os dois?

Ouves-me atentamente e mesmo assim não percebes o que digo, ignoro-te sem nunca deixar de me importar.

É difícil vaguear pelos teus pensamentos quando os meus dizem o contrário.

É prazeroso cruzar-me no teu caminho e tão difícil evitá-lo.

Perdoas-me por não ter sido sincera antes, que eu perdoo-te por não leres nas entrelinhas e não descobrires a verdade.

Sempre me disseram que sonhar não é proibido, mas então e se estiver a sonhar contigo?

Diz-me que não, diz-me que sim, responde-me às perguntas retóricas, se é assim tão complicado decifrar, ajudo-te com os códigos de acesso, a senha já a tens, usa-a. 

É errado passar a vida a tentar esquecer-te?

Dá-me uma razão.

Dá-me um motivo.

Faz alguma coisa.

Só não me deixes no vazio.

Se de relance olho para trás, vejo uma linha, caminha comigo, partiu-se e eu não a vi, vale a pena remendá-la? Será que vou a tempo?

Hoje reparei em ti e tu em mim.

Mas a linha esticou-se demais, ao ponto de se quebrar, levou consigo algumas respostas que me devias dar.

O que faço com as perguntas? 

No outro dia puxei a corda e ela veio serenamente, estava a espera de luta, de força bruta, fui ao ataque numa batalha que não existia e restou uma linha vazia, não a quis arrancar porque sabia que ia deixar marca, tal como acontece com a roupa, fica um pedaço de tecido sem remendo...

Arrastá-la por aí, não é uma opção, é vazia mas é tão pesada... 

Obrigas-me a escolher, a tapar os buracos, a calar as vozes que me dizem para te procurar, a riscar todas e cada uma das perguntas que alguma vez te fiz.

Enganei-me, quando te vi outra vez, não te queria dizer olá, mas sim adeus, perdoas-me por isso?

 CM


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