E assim começa

Estou sentada na cama, no meu quarto, ao pé de uma estante onde guardo os livros, estava a ver as mensagens que mandaste há 2 meses e a perguntar-me se te dissesse a coisa certa, estaria a ler as mensagens de ontem à noite, fui acordada desse pensamento quando dei por mim a tossir que nem uma louca, ao que parece o pólen gerado pelas flores no jardim, que em pleno Abril não se conseguem reter pela primavera entrou pela janela, que fica sempre aberta nesta altura do ano para deixar os raios de sol queimarem-me a pele quando estou sentada na secretária, sou demasiado preguiçosa para sair de casa e apanhar sol na rua como as pessoas que buscam pela vitamina D e fazem desta uma desculpa para gastar míseros cêntimos numa conversa inútil na esplanada de um café à esquina de casa, portanto, a natureza acontece e eu deixo-a acontecer e foi exactamente por isso que bati com a cabeça na estante de madeira escura, que carrega livros e pieguices de adolescente numa outra época da minha vida, inusitadamente cai na cama um livro, por sorte foi o único, tinha a capa amarela e estava coberto de pó, era sobre a nossa história e quem o escreveu fui eu.